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Digitais

Atualizado: 12 de jun.

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Que marca estamos deixando em outras vidas?


Num certo domingo, eu me surpreendi com um toque. Toque de mão inocente, pequenina, de pele que trazia a maciez dos primeiros passos na vida.


O dono dessa mãozinha se chamava Vicente. Menino de chupeta, com no máximo 16 ou 18 meses, que compartilhou o mesmo ambiente comigo, por poucos minutos. Foi enquanto me alongava e relaxava após uma caminhada, que o nosso olhar se encontrou.


Ao ser posto para andar na grama, Vicente veio com sua marcha cambaleante – típica de quem tinha aprendido recentemente – e, sem sorrir ou esboçar alguma euforia, esticou seu bracinho e trouxe sua mão em minha direção. Foi reduzindo a distância aos poucos até que, com um movimento sutil nossas mãos se tocaram. Ele me olhava como se algo mágico tivesse acontecido. Aconteceu. Sentimos toda leveza que uma relação de confiança e entrega deve provocar.


Tentou outros caminhos para chegar mais perto. Subiu no meu colo e tocou o meu rosto. Tive imensa vontade de abraçá-lo forte, mas considerei que poderia assustá-lo, então, apenas retribuí o seu carinho, segurando-o com delicadeza. Vicente não esboçou nenhuma palavra, mas disse tudo. Conversamos pelo olhar. Vivemos uma experiência de afeto, cumplicidade e respeito. Ali somente almas, sem idade, interesses, justificativas ou julgamentos. Provavelmente nunca mais o verei, mas suas pequenas digitais foram para sempre impressas em mim.


Então, que marca estamos deixando em outras vidas?


Abraço fraterno,

Beth Morais

 
 
 

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