top of page
Buscar

Nem sempre aprendemos de primeira

Atualizado: 12 de jun.

ree

Estava no mesmo lugar de quando aconteceu pela primeira vez: no interior do estado do RJ, visitando a família do meu marido. Foi em uma noite agradável de sábado, mais precisamente no dia 19 de abril. Em um restaurante, com amigos e boa conversa, a chuva começou a cair. “Tranquilo” ‒ pensei. “Chuvas de outono são inofensivas. Perigosas são as que desabam no verão”. Engano.


Enquanto aproveitava aquele momento com pessoas queridas, o celular começou a indicar que mensagens chegavam de forma insistente. Chuvas intensas em Niterói. De repente, um vídeo. Um carro boiava em frente ao portão do sobrado onde moro. Frio na espinha. Pronto, novamente, aconteceu. Mas, calma. Eu havia colocado portões de contenção nas entradas da frente e fundos da minha casa. Outro vídeo. Dessa vez, mostrava a área externa inundada e revirada. “Por onde essa água teimosa entrou?” ‒ perguntava-me.


Mesmo com os olhos umedecidos e certa tristeza, decidimos aproveitar a viagem, retornando após dois dias, como previsto. Dessa vez não chorei. Já conhecia as etapas pelas quais iria passar. Limpar, desinfetar, selecionar o que é lixo, o que dá para lavar e reaproveitar.


Retornando, ao entrar pelo portão do sobrado, enquanto caminhava na direção de casa, meu olhar acompanhava as marcas na parede. Ao chegar, constatei que a contenção da porta da frente havia sido eficiente. Certo alívio massageou o meu coração. Porém, ao chegar à entrada da área externa, a marca de quase meio metro me dava as boas-vindas. Suspirei e pensei: “Ok, mostre-me o quanto de energia vou precisar para os próximos dias”.


Em proporção menor àquela enchente que me visitou no verão de 2021, essa também deixou seus ensinamentos. Primeiro, os portões de contenção devem ter uma vedação inequívoca. A água se molda às oportunidades para fazer-se presente e atuante. Segundo, acumulamos o desnecessário. Às vezes, precisamos de um fator externo para nos mostrar que os espaços vazios não dizem sobre o que falta, mas sobre o que excede. Terceiro, aproveite as experiências anteriores para encarar desafios com mais controle e assertividade. Você já tem uma bagagem emocional e cognitiva para isso. Tenha coragem, enfrente e resolva. Quarto, as previsões erram. Prepare-se. E quinto, porém não menos importante: o que não tem remédio, remediado está.


Enfim, tudo limpo. Um portão enorme instalado na entrada do sobrado e uma nova reforma a caminho. As decisões adiadas, um dia viram urgência. Nem sempre aprendemos de primeira.


Abraço fraterno,

Beth Morais

 
 
 

Comentários


Vamos conversar!

Este é um espaço seguro criado para a gente se conhecer.

Fique à vontade para falar sobre você, tirar alguma dúvida e agendar uma consulta.

Obrigada pela sua mensagem!

bottom of page