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Onde mora a nossa beleza?


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Nos últimos dias, um assunto tem ocupado meus pensamentos. Enquanto escrevia o conteúdo Autoimagem, para o perfil @diáriosdamenopausa, minha atenção se voltou para as minhas marcas. As que nasceram comigo e as que foram chegando para desenhar a tela sobre a minha vida: a pele.


A pele é o maior órgão do nosso corpo. É com ela que nos apresentamos ao mundo sem que, sequer, tenhamos dado voz a nossa imagem.  Ela nos apresenta as mudanças ao longo da nossa existência. Por vezes, tentamos negociar com a passagem inflexível do tempo. Negociação injusta. Ele, o tempo, é implacável. Ao nascer, já ganhamos um pincel (imaginário), e começamos a decorar a nossa tela.


Provavelmente, nas tentativas de darmos os primeiros passos, já começamos a construir as primeiras cicatrizes que poderão nos acompanhar até a hora em que não precisaremos mais da matéria para registrar a nossa presença. Crescemos e, ao chorar ou sorrir, criamos sulcos ao redor dos olhos. No espanto, franzimos a testa. Na preocupação, contraímos a glabela (região do rosto entre as sobrancelhas e acima do nariz).  Ou seja, sentir e ser expressivo também deixa marcas. E o que fazer? Nada. Ou melhor, VIVA! 


No entanto, como aceitar a transição da nossa imagem? Estou buscando essa resposta. O envelhecimento é um processo que te joga na cara (literalmente) a finitude. Não vou romantizar. Nem sempre é fácil.  Porém, estou aprendendo que a imagem ultrapassa as fronteiras do tecido que nos cobre. Nossa identidade é composta pela herança que recebemos, os traços que o tempo desenha, e as marcas que carregam decisões e se tornaram cúmplices das nossas preferências. Mas também há em nós uma história invisível, feita de afetos, de escolhas e de tudo o que aprendemos a amar e a deixar ir.


A nossa imagem é um tecido em constante bordado: o fio biológico, a linha emocional, a trama social, o ponto cultural e o arremate espiritual. Nada nela é fixo.  Portanto, ser quem somos é um verbo vivo. E a cada fase, podemos reaprender a conjugar esse verbo, do nosso jeito, no nosso tempo.


Que a nossa beleza não fique escondida.


Abraço fraterno,

Beth Morais

 
 
 

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