Quem é você sem dizer o que faz?
- bethsmorais
- 16 de set.
- 1 min de leitura

Há anos eu realizo uma pesquisa que chamo de “check-in” para cada nova turma de alunos. Durante o mês que antecede o módulo da minha disciplina, encaminho a eles algumas perguntas com o objetivo de conhecê-los um pouco, e assim, além de iniciar um vínculo, poder criar a estratégia de facilitação sobre o conteúdo.
Mas, ao fazer a pergunta “quem é você?”, ninguém responde. Ninguém. Todos me dizem o que fazem. Neste ano, fiquei pensativa. Não peço um minicurrículo, mas, mesmo assim, sou apresentada a titulações acadêmicas e funções.
Acredito que as respostas padronizadas vêm da rotina de “ter” de divulgar e atualizar o que fazemos, seja nas redes sociais ou em plataformas focadas em empregos e negócios. Nada contra. Sei que é necessário reforçar a nossa autoridade em determinado assunto para aumentar as oportunidades profissionais. Porém, devemos ficar atentos para não correr o risco de viver em função das camadas: trabalho e atualização contínua.
Essa pesquisa é feita em turmas que estão iniciando a graduação. Nesse momento, tento chamar atenção para essa questão, uma vez que, na outra ponta, ao atender pessoas que estão em transição de carreira ou perto de se aposentarem, me deparo com seres que se distanciaram tanto de quem são, que se sentem perdidos, e muito inseguros quando se aproximam da mudança.
Esta é apenas uma provocação para exercitarmos o olhar sobre quem somos, pois, se somos o que fazemos, então, parar, seria como deixar de existir?
Portanto, quem é você sem dizer o que faz?
Abraço fraterno,
Beth Morais



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