Por que você escreve?

Sei lá. Eu respondia.

Mas pergunta sem resposta não para de pulsar na cabeça de gente como eu, inquieta por explicações.

Então, vamos lá.

Tudo que escrevo nasce da harmonização entre a minha mente, coração e mão. Começa com uma ideia que se une à minha mão direita e nela – na mão – faço a junção de muitas letrinhas e vou desenhando cada palavra, dando forma ao que necessito dizer. Nessa hora a mente descansa. O coração assume. Não escrevo para me esvaziar. Na verdade, escrevo a partir do que me transborda. E como transbordo! Com a velha mania de olhar pelas frestas de cada situação do cotidiano, ao ver “portas sem trinco”, abro e observo. Aqui sempre encontro oportunidades de dar de cara com uma vida despoluída. Sem adereços e maquiagem. Saio da base e do corretivo e toco na pele da vida, em sua simplicidade e espontaneidade.

É terapêutico.

Ao perceber o que vejo, me aproximo mais, reconheço e nomeio as sensações. Aqui inicio o processo de entendimento sobre os meus sentimentos e emoções.

Escrevo.

Simples?

O processo de escrita é solitário. É como correr uma maratona (tudo bem, meia maratona). Por mais que você se sinta preparada, é durante cada experiência que vai decidindo a melhor forma de chegar ao final. Às vezes chega, às vezes não. Cada texto inacabado encontra lugar de descanso na gaveta. Mas nada é definitivo. Com um pouco mais de "treino", ele pode chegar ao seu destino.

Acho que esse chegou... depois de três rascunhos e muitos rabiscos e setas. É sobre a vida, né? Nem sempre (quase nunca) é de primeira. Enquanto vivemos, vamos ajeitando.

Insisto! Escreva!

No caderno, guardanapo, papel toalha, bloquinho, parede, computador. O local não importa. Só para você, para a família, para amigos ou para o mundo. Se expresse.

Quem está aqui não é apenas a Beth Psicóloga, mas primeiramente alguém que se (re) descobriu a partir de sua “contação de histórias”.

Agora, vou para outro conteúdo que já está transbordando aqui.

Até.

Abraço fraterno